quinta-feira, 20 de outubro de 2011

Uma foto, um ângulo, um momento...

Recentemente eu venho me apropriando das fotos de meus amigos e agora parentes no facebook, inaugurando uma nova maneira de formatar o conteúdo do blog, não pra sempre, só pelo momento. Então, logo que meu tio compartilhou esta bela fotografia, tirada até agora não descobri por quem em uma Avenida em Buenos Aires, logo pensei: - vou postar no blog! A gente sempre perde de homenagear as pessoas que gostamos pra correria do tempo, pros afazeres do dia-a-dia. Com as relações se tornando cada vez mais efêmeras e as trocas de idéias e contatos ainda mais curtos através do espaço virtual, essa demanda  caiu como uma luva em meu universo particular. Eu andava precisando escrever, algo que não fosse só descrição, mero conhecimento empírico, superficialidade, e acho que tudo começou quando recebi um empurrãozinho da vida ao produzir meu projeto de pesquisa, aquilo foi mágico, adorei divagar por assuntos tão interessantes ( pra mim pelo menos) Moda, Identidade, Informação, Blogs... 

Mas paralelo a isso, a maior parte do tempo escrevo por observação, vejo um retrato, uma foto, um contexto e a partir disso invento as matérias, as histórias, o meu trabalho. As idéias fluem numa boa dentro de uma bolha chamada criatividade limitada, ou seja, você pode criar mas em  um contexto muito ínfimo, e a partir daquilo reproduzir um conteúdo mais ou menos interessante em versões múltiplas. É isso que faço todo dia, fabrico textos de fácil entendimento, e explico para as pessoas porque determinada coisa é legal, ou não é legal. Se devem comprar ou não e porque. Caramba tudo gira em torno do mercado, eu comecei falando em afetividade e cá estou. Deve ser por algum motivo, essas coisas anda muito atreladas...Bom mas continuando, resolvi adaptar esses pequenos fragmentos do cotidiano de pessoas que gosto e escrever palavras que surjam como uma catarse, inundadas de algum sentimento que tem de se distribuir de alguma maneira.


Meu tio é mesmo um cara engraçado, dotado de um humor divertido que faz os sorrisos ressoarem  à sua volta. Sempre foi uma pessoa dada as relações sociais, sabe conversar e não é a toa que a sua profissão tem a ver com isso. Gosto do modo como ele encara a vida, como se veste também, uma coisa se reflete na outra né. Acho que é de família, mas todos, temos gostos bem particulares na hora de se vestir. Cada um com uma peça chave que o represente. Meu avô Cláudio, de longe era reconhecido pelo seu chapéu. Meu tio Pé, recentemente aderiu ao colete como sua marca registrada. A tia Nazaré, ela adora um óculos, acho que este acessório exprime muito sobre ela, mas também não poderia me esquecer da pochete, que ela adora usar quando se entrega as caminhadas na capital, por medida de segurança e de praticidade. Como todas as pessoas sob o signo de aquário, a minha avó Lourdes é um oceano, é difícil definir algo que ela use que a exprima por si só, talvez seja ela mesma, seu nome, sua fala, sua expansividade que se exalte muito mais do que as peças que a identificam. Meu pai é conhecido pelos calções de corrida e tênis, essas sim, são suas marcas registradas. É melhor parar por aqui se não vou acabar falando do estilo pessoal de cada um da família e deixando de lado o contexto da foto. Voltando ao momento em questão: Ela me chamou a atenção pela criatividade em primeiro lugar, não a criatividade limitada, a criatividade infinita, e pela expressividade com que meu tio se iterpôs entre o outdoor e a lente do fotógrafo, está aí a maior evidência a respeito de seu bom humor. O bom humor é algo que emana de dentro, não se trata de simples intervenção linguística, é muito mais que isso, é algo que toma conta do corpo e se reflete na linguagem visual, nos movimentos, nos gestos. Eu  gostei dessa fotos porque ela é sutil e intensa ao mesmo tempo, sem deixar de ser engraçada. Eu acho que ela é como meu tio, e eu o admiro por isso. THE END!

Um comentário: