quarta-feira, 13 de abril de 2011

Em que acreditamos?


Vejo pessoas falando a respeito de controlar as emoções, vejo-as depositando sua energia e credo em matéria e é assim que elas vêem o dia passar. Recorro então ao aurélio para denominar o sentimento:

sentimento
s. m.
1. Acto! ou efeito de sentir.
2. Aptidão para receber as impressões.
3. Sensação; sensibilidade.
4. Consciência íntima.
5. Faculdade de compreender; intuição; percepção!.
6. Pesar; paixão; desgosto.
7. Pressentimento.

O sentimento ultrapassa a razão. Ele é algo inato, algo que está contido dentro de nós e que muitas vezes é o denominador comum das nossas decisões. Ele guia nossos atos, faz com que nossa rotina seja organizada ou não, podendo construir ou destruir em uma questão de instantes. E é aí que entra o impulso:

impulso
s. m.
1. Acto! de impelir. = impulsão
2. Força que provoca o movimento de um corpo.
3. Movimento que essa força comunica.
4. Electr.! Grupo de oscilações de altíssima frequência, utilizadas em electrónica!, que se sucedem periodicamente no tempo.
5. Força que impele alguém à prática de um acto!: Ceder aos impulsos do seu coração.
6. Fig. Necessidade imperiosa, muitas vezes irresistível, que leva certos indivíduos à prática de actos! descontrolados ou irreflectidos!; ímpeto.
7. Estímulo, incitamento.

Força e movimento são as premissas do impulso. Ele pode ser bom e necessariamente ruim. E são os sentimentos que dão a tônica para os nossos impulsos.

II

Está a garota sentada em um banco de uma praça em uma cidade movimentada, uma metrópole que abriga diversas tribos, pessoas de diferentes credos, cores e nacionalidades convivem em um espaço público chamado cidade, onde transitam diariamente em busca de diferentes propósitos. A cidade está píntada de preto e branco, as placas não tem cores, as lojas não oferecem artigos coloridos, tudo está neutro, monótono, estático como se alguém tivesse apertado o botão pause e esquecido de dar o play. Esta pessoa sentada no banco da praça, com um campo de visão privilegiado observa o outro lado da rua mudo. As pessoas não estão a ir e vir e nem mesmo há movimento dentro dos estabelecimentos comerciais, todo mundo está ali mas é como se não estivessem verdadeiramente. São seres sintéticos, como bonecos jogados em cidades virtuais que são animados por controle remoto ao bel prazer do jogador. Sem sentimentos somos assim. Teleguiados por necessidades virtuais, prazeres e satisfações triviais que acabam por descolorir nossa existência e empalidecer nossa alma.

III

medo (ê)
(latim metus, -us)
s. m.
1. Estado emocional resultante da consciência de perigo ou de ameaça, reais, hipotéticos ou imaginários. = fobia, pavor, terror
2. Ausência de coragem (ex.: medo de atravessar a ponte). = receio, temordestemor, intrepidez
3. Preocupação com determinado facto ou com determinada possibilidade (ex.: tenho medo de me atrasar). = apreensão, receio
4. Pop. Alma do outro mundo. = fantasma


Com o passar do tempo a falta de sentimentos e de percepção para compreender as ações, os atos e os movimentos a nossa volta criamos sentimentos para tentar reanimar aquilo que particularmente parece morto. Descontrói-se o cenário real, inverte-se a postura de objeto e observador, o que antes era colorido, que percebia tudo mesmo que estivesse parado, cria a necessidade de se identificar com o cenário apresentado a frente dos seus olhos e assim surge o medo. A alucinação fantasmagórica da realidade. Cria-se o mundo paralelo, para buscar os sentimentos que não puderam ser compartilhados, e que de alguma forma, de alguma maneira, ditado ou premeditado, obra do acaso ou do destino, se originou.